Meta Andromeda na Política: A "Entrega Perfeita" da IA pode ser uma Armadilha para sua Campanha

Por Thiago Jacaúna
Se você acompanha o mercado de anúncios online, provavelmente já ouviu o burburinho: o Meta Andromeda chegou. A promessa da nova atualização do algoritmo é sedutora: uma inteligência artificial capaz de otimizar a entrega dos anúncios para quem tem maior probabilidade de conversão, melhorando o ROI (Retorno Sobre Investimento) de forma automática.
Para quem tem um e-commerce e vende sapatos ou cursos, isso é uma maravilha. A IA encontra o comprador, mostra o produto, e a venda acontece.
Mas aqui vai o meu alerta de estrategista: Tratar eleitor como consumidor de e-commerce é o caminho mais rápido para queimar verba de campanha.
O Voto não é uma Compra por Impulso
A principal diferença que muitos gestores de tráfego ignoram é a natureza da "conversão". No mercado tradicional, o Andromeda otimiza para o "agora". Na política, nós vendemos ideias, esperança e futuro. A ação final (o voto) só acontece em um dia específico: o dia da eleição.
Não adianta o algoritmo entregar seu vídeo para alguém que vai "curtir" agora, mas que não foi convencido pela sua narrativa. O engajamento barato muitas vezes mascara a falta de profundidade da campanha.
Por que o "Modo Manual" ainda é Rei na Política?
Eu sempre defendo que o tráfego pago não substitui uma narrativa forte. E uma narrativa forte depende de contexto.
Quando deixamos a entrega 100% na mão da Inteligência Artificial do Meta, perdemos o controle de quem vê o quê. Na política, a segmentação precisa ser cirúrgica.
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Para o eleitor do bairro X, a dor é a falta de pavimentação.
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Para a mãe de família de 35 anos, a prioridade é a creche.
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Para o jovem universitário, o foco é o primeiro emprego.
Fazer a campanha de maneira manual nos permite garantir que o anúncio certo chegue na demografia certa. Isso é assertividade. Deixar o Andromeda decidir isso sozinho é arriscar mostrar a proposta de creches para um público que não tem filhos, desperdiçando a chance de criar conexão real.
O Pulo do Gato: Quando usar o Andromeda a seu favor?
Isso significa que devemos ignorar a tecnologia? Jamais. O Andromeda tem um lugar de honra no meu planejamento, mas ele brilha em um momento específico: O Período Eleitoral (os 45 dias) e no Remarketing.
Quando a campanha oficial começa, o jogo muda. Nesse estágio, nós já segmentamos, já apresentamos o candidato e já criamos uma base de dados de pessoas interessadas.
É aqui que a IA do Meta se torna uma aliada poderosa para evitar a saturação. Imagine criar 10, 15 criativos diferentes (vídeos, cards, depoimentos) reforçando o número do candidato e suas principais bandeiras. Colocamos tudo isso em um único conjunto de anúncios focado em Remarketing (pessoas que já interagiram com você).
Nesse cenário, o Andromeda vai trabalhar para nós: ele vai identificar qual desses 15 criativos funciona melhor para cada indivíduo da sua base, alternando os anúncios para que o eleitor não enjoe da "cara" do candidato. Ele entrega a melhor versão da sua mensagem, para quem já está propenso a votar, sem cansar a audiência.
Conclusão
A tecnologia evolui, mas os princípios da política permanecem. Ferramentas novas como o Andromeda são ótimas para potencializar uma estratégia, mas nunca para substituir o entendimento humano do eleitorado.
Não se deixe levar apenas pela novidade técnica. Foque na narrativa, na segmentação correta e use a IA como uma ferramenta de reforço, não como o cérebro da sua campanha.
Precisa de ajuda para planejar o tráfego da sua pré-campanha ou mandato?
Se você quer fugir do "mais do mesmo" e aplicar uma estratégia que une inteligência de dados com narrativa política, me chame no WhatsApp (o botão tá ali no ladinho). Vamos conversar sobre como preparar seu terreno para a vitória.





